Recentemente, a startup africana Sabi, que atua no comércio eletrônico B2B, fez algo que muitos poderiam considerar inesperado: demitiu 20% de sua equipe e decidiu redirecionar seu foco para o comércio de commodities rastreáveis. Essa mudança pode parecer drástica, mas reflete uma tendência crescente em que o uso de tecnnologia se torna essencial para atender às demandas globais por transparência e sustentabilidade.
O que está por trás da mudança?
A Sabi, fundada em Lagos em 2020, começou sua trajetória ajudando pequenos varejistas a digitalizar seus estoques e vendas, especialmente durante os desafios impostos pela pandemia. Com o tempo, ampliou suas operações para um marketplace de bens de consumo de alta rotatividade e, até meados de 2023, já contava com mais de 300 mil comerciantes e um volume de mercadorias anualizado de $1 bilhão. Contudo, o cenário do comércio eletrônico B2B na África é repleto de desafios, como margens finas e uma economia de unidades complicada.
Com a recente captação de $38 milhões em uma rodada de investimentos, a Sabi mostrou que poderia se manter rentável sem o uso excessivo de capital. No entanto, a mudança no mercado fez com que a empresa repensasse sua estratégia, lançando a TRACE, um novo segmento focado na exportação de commodities. Esse movimento revela como a tecnologia pode ser um diferencial fundamental nesse novo cenário.
A tecnologia como aliada no comércio de commodities
A TRACE visa atender a um mercado que exige cada vez mais transparência e responsabilidade social. A Sabi está agora focada em exportar minerais e produtos agrícolas, como lítio e cobalto, que são muito procurados por compradores globais, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. O uso de tecnologia, nesse contexto, é essencial para garantir a rastreabilidade desses produtos e a conformidade com as diretrizes ESG (ambientais, sociais e de governança).
Dicas para aproveitar a tecnologia nesse nicho
- Investir em sistemas de rastreamento: Implementar soluções de software que permitam o acompanhamento do produto desde a origem até a entrega final é crucial. Isso gera confiança e aumenta o valor percebido pelo cliente.
- Utilizar blockchain: Essa tecnologia pode ser uma grande aliada na criação de registros imutáveis e transparentes, fundamentais para a rastreabilidade dos produtos.
- Automatização de processos: Reduzir a carga de trabalho manual com automações pode aumentar a eficiência e diminuir erros.
- Focar na análise de dados: Aproveitar dados coletados ao longo da cadeia de suprimentos para otimizar operações e identificar novas oportunidades de mercado.
Reflexões e recomendações
A transição da Sabi para um modelo de exportação de commodities é um reflexo de uma nescessidade maior no mercado: a busca por modelos de negócios sustentáveis e com margens mais elevadas. Para os profissionais de tecnologia e desenvolmento de software, é um momento de repensar como as soluções podem ser adaptadas para atender as novas demandas do comércio global. A integração de tecnologia, ética e eficiência é o caminho para a evolução das startups africanas e, quiçá, de empresas ao redor do mundo.
Por fim, vale lembrar que, embora a mudança de foco possa ser desafiadora, ela também representa uma oportunidade de inovação e crescimento. As tecnologias que estamos desenvolvendo hoje podem ser a base para um futuro mais transparente e sustentável. Portanto, se você está no ecossistema de tecnologia, fique atento... o futuro do comércio está mudando, e as oportunidades são muitas.