Nos dias atuais, a evolução da tecnologia, especialmente no campo da Inteligência Artificial, tem sido tão rápida que muitas empresas acabam ficando para trás. Um exemplo interessante é o da Brex, uma empresa de cartão de crédito corporativo, que percebeu que seu modelo tradicional de aquisição de software estava se tornando obsoleto. O CTO da Brex, James Reggio, compartilhou suas experiências na conferência HumanX AI e trouxe à tona um ponto crucial: a necessidade de adaptar-se à "bagunça" das novas tecnologias.
Repensando a Aquisição de Software
Inicialmente, a Brex tentou seguir seu prosseso habitual de avaliação e aquisição de ferramentas de software. No entanto, logo perceberam que o tempo que levava desde a solicitação até a implementação era tão longo que as equipes perdiam o interesse nas soluções antes mesmo de serem testadas. Isso é algo com que muitas empresas podem se identificar, não é mesmo? O ciclo de vendas longo e o ritmo acelerado da inovação frequentemente criam um abismo entre a demanda e a oferta.
Nova estrura de Validação
Diante desse cenário, a Brex decidiu criar um novo framework para acordos de processamento de dados e validações legais, que permitiu uma avaliação mais rápida das ferramentas de IA. Essa mudança possibilitou que a empresa colocasse as ferramentas nas mãos dos testadores em tempo recorde. Eles adotaram um teste de "superhuman product-market-fit" para decidir quais ferramentas realmente valem o investimento, envolvendo os colaboradores no processo de decisão. Isso é uma jogada inteligente, já que quem usa as ferramentas diariamente tem uma visão clara do que realmente funciona.
Empoderamento dos Engenheiros
Outro ponto interessante é que a Brex oferece a seus engenheiros um orçamento mensal de $50 para licenciar os softwares que desejarem de uma lista aprovada. Essa delegação de autoridade para gastos permite que as pessoas que realmente utilizam as ferramentas façam escolhas mais adequadas para otimizar seus fluxos de trabalho. Pensa só: quantas vezes você já viu decisões sendo tomadas por pessoas que estão longe do dia a dia da operação? É um erro clássico!
A Importância de Abraçar a Confusão
James Reggio ressalta que, para as empresas, a melhor forma de lidar com o atual ciclo de inovação em IA é "abraçar a bagunça". Isso significa aceitar que nem sempre você vai acertar de primeira. E, sim, isso é fundamental para não ficar para trás. O que mais me chama atenção nessa abordagem é o reconhecimento de que um processo de avaliação excessivamente rigoroso pode ser mais prejudicial do que benéfico. É preciso ter coragem para experimentar e aprender com os erros.
Dicas para uma Implementação Eficiente
- Descentralize a tomada de decisões: Dê autonomia às equipes que vão realmente usar as ferramentas.
- Teste rapidamente: Crie um sistema que permita a implementação de novas ferramentas em tempo real, sem burocracia excessiva.
- Foque no valor: Avalie o que cada ferramenta pode trazer de real benefício, e não fique preso a análises longas.
- Prepare-se para o erro: Aceite que algumas escolhas podem não funcionar, mas isso faz parte do processo de aprendizado.
Conclusão
A experiência da Brex nos mostra que, em tempos de inovação acelerada, a rigidez pode ser um grande inimigo. Adaptar-se rapidamente às mudanças e empoderar as equipes são estratégias que podem levar ao sucesso em um cenário cada vez mais caótico. Não tenha medo de explorar novas possibilidades e, principalmente, de errar. Afinal, como diz o velho ditado, "quem não arrisca, não petisca". É isso que faz a diferença entre as empresas que se destacam e as que ficam para trás.