Nos últimos tempos, o conceito de AIOps tem ganhado destaque no cenário tecnológico, mas muitos ainda se perguntam: como implementar isso de forma eficaz? A experiência da Michelin na China se tornou um case interessante, mostrando que a adoção de tecnologias avançadas nem sempre precisa de grandes visões, mas sim de um foco pragmático. E é sobre isso que quero conversar aqui.

O Surgimento do AIOps na Michelin

A Michelin, famosa por seus pneus, decidiu dar um passo ousado em suas operações de TI. A equipe de operações na China começou a implementar uma plataforma de AIOps, e o que se destacou foi que tudo começou a partir da convicção pessoal de um arquiteto, e não de uma ordem executiva. Matthew Liu, que liderou a iniciativa, percebeu que, apesar de já existirem processos e ferramentas de monitoramento, o número de incidentes só aumentava. A pressão para mudar era evidente: o tempo era agora.

A Base Técnica

Utilizando Dify, uma plataforma de low-code, e rodando na AliCloud, Liu conseguiu criar protótipos funcionais rapidamente. Ele desenvolveu chatbots que auxiliavam administradores de banco de dados e de Kubernetes com tarefas rotineiras, tudo isso integrado ao ServiceNow. O fato de conseguir mostrar resultados tangíveis antes mesmo de obter aprovação formal foi uma estratégia inteligente que gerou interesse e também expôs desafios organizacionais.

Desafios e Superações

Porém, a jornada não foi fácil. Liu enfrentou resistência de outras equipes que temiam que a automação significasse cortes de pessoal. A falta de confiança em números e métricas para justificar os ganhos esperados complicou ainda mais a situação. Ao invés de desistir, Liu reposicionou a plataforma Dify como uma ferramenta de exploração, permitindo que as equipes de operações construíssem suas próprias soluções sem precisar de habilidades avançadas em programação. Isso, por sua vez, promoveu a literacia em AIOps dentro da empresa.

arquiteturra e Governança

A arquitertura modular que Liu propôs separou a construção de aplicativos, a camada de raciocínio e as ferramentas de conexão, criando uma estrututra que respeitava as diretrizes globais da Michelin. Eles definiram categorias de dados antes de iniciar a implementação, garantindo que informações sensíveis não fossem expostas. Essa clareza ajudou a obter aprovação gerencial e a alinhar as equipes em torno de casos de uso específicos, aumentando assim a chance de sucesso.

Dicas para uma Implementação Eficiente de AIOps

Conclusão

O caso da Michelin ilustra que, para implementar AIOps com sucesso, não é preciso ter uma visão grandiosa. O aprendizado incremental e a resolução de problemas locais são fundamentais. As empresas estão em um momento em que a adoção de ferramentas de AIOps pode ser a chave para otimizar operações e melhorar resultados, mas é necessário um planejamento cuidadoso. E, como sempre, a tecnologia deve servir às pessoas e não o contrário. Afinal, aprender com os erros e acertos é o caminho para a inovação.

O que fica é que, em um mundo tão acelerado, a capacidade de adaptação e aprendizado contínuo pode ser o verdadeiro diferencial competitivo.