Quando falamos em migrações de código legado, muitos de nós já imaginamos uma tarefa colossal, algo como mover montanhas. David Stein, um engenheiro de inteligência artificial da ServiceTitan, trouxe à tona essa analogia em sua apresentação no QCon AI New York 2025. Ele destacou como essas migrações, que antes eram vistas como um projeto demorado e arriscado, podem agora ser feitas em semanas. Mas como isso é possível?
Introdução
O cenário de desenvolvimento de software está sempre mudando. Com a necessidade crescente de adaptação a novas tecnologias e arquiteturas, as empresas enfrentam o desafio de migrar seus sistemas legados, muitas vezes construídos em linguagens e paradigmas que já estão se tornando obsoletos. A proposta de Stein é um verdadeiro divisor de águas, prometendo transformar esse prosseso árduo em algo mais ágil e eficiente.
Desmistificando a Migração de Código Legado
A migração de sistemas legados envolve a transferência de dados e funcionalidades de uma arquitetura antiga para uma nova, o que pode ser um pesadelo logístico. Stein apresentou um estudo de caso da ServiceTitan, onde eles migraram conjuntos de dados complexos de relatórios para uma nova plataforma de métricas usando o DBT Labs MetricFlow. O que antes levava meses ou até anos, agora pode ser feito em questão de semanas.
Um dos conceitos que Stein trouxe à tona foi o de "false summit", ou "falso cume". Isso se refere a momentos em que a equipe acredita ter alcançado um marco importante, mas na verdade, ainda há muito trabalho pela frente. Ele enfatizou a importância de questionar constantemente: "Estamos realmente construindo a coisa certa?" Essa reflexão é crucial para evitar frustrações no processo de migração.
O Princípio da Aceleração
O que realmente muda o jogo aqui é o que Stein chamou de Princípio da Aceleração. Em vez de decisões demoradas e arriscadas, ele sugere uma abordagem mais iterativa com validações rápidas antes de se comprometer com a migração. Isso significa que, ao invés de esperar meses para ver se a nova arquitetura funciona, você pode validar as suposições em tempo real.
Padrão da Linha de Montagem
Outro conceito importante é o Padrão da Linha de Montagem, que consiste em decompor a migração em tarefas menores e mais gerenciáveis. Em vez de se deparar com uma "montanha" de código, você a quebra em "seixos". Assim, o processo de migração passa a ser sequencial e automatisado, facilitando a construção, teste e implantação do novo sistema. Os passos são:
- Decompor: Quebrar a tarefa em partes menores.
- Padronizar: Criar um "motor de física" para validações automáticas.
- Automatizar: Usar agentes para executar tarefas.
Dicas Avançadas para Migrar com Sucesso
Se você está pensando em migrar um sistema legado, aqui vão algumas dicas que podem facilitar o processo:
- Teste sempre: A validação constante é fundamental. Use dados de teste realistas para evitar surpresas.
- Documentação é chave: Não subestime a importância de documentar cada etapa da migração. Isso pode poupar muito tempo futuramente.
- Prepare-se para recomeçar: Às vezes, ao longo do caminho, você pode descobrir que a nova arquitetura não é o que você esperava. Esteja preparado para ajustar o curso.
- Coloque um time experiente: Certifique-se de ter pessoas com experiência nas tecnologias que você está adotando.
Conclusão
O que David Stein apresentou é mais do que uma técnica; é uma nova forma de pensar sobre migrações de código legado. A ideia de que não precisamos mais ver essas migrações como montanhas intransponíveis é libertadora. Com as abordagens corretas, podemos agir com agilidade, experimentar novas arquiteturas e, quem sabe, até reavaliar decisões passadas. Afinal, na velocidade em que a tecnologia avança, quem não se arrisca a tentar algo novo pode acabar ficando para trás.
Então, da próxima vez que você olhar para um sistema legado, lembre-se: não é mais uma montanha. É apenas mais uma tarefa a ser executada, e com as ferramentas certas, você pode se surpreender com o que consegue realizar em semanas.