Nos últimos anos, a automação tem sido um dos temas mais quentes na área de tecnologia. Com promessas de eficiência e redução de erros, a tentação de confiar completamente em sistemas automatizados é grande. Mas, como mostram diversas pesquisas, essa confiança cega pode nos levar a consequências indesejadas. E é sobre isso que quero conversar hoje, especialmente no contexto da Arquitetura e Desenvolvimento de Software.

Introdução

Vivemos um momento em que a automação parece ser a solução para todos os nossos problemas. No entanto, muitos profissionais têm se deparado com incidentes em que a automação não apenas falhou, mas também complicou ainda mais a situação. Lembro de um caso emblemático: em 2021, funcionários do Facebook não conseguiam acessar seus próprios datacenters durante uma queda de sistema. O que aconteceu? Uma falha automatizada desconectou tudo. Fica a pergunta: estamos realmente preparados para lidar com essas situações?

O papel da automação em incidentes de software

O que muitos não percebem é que a automação não é apenas uma ferramenta que substitui humanos; ela transforma o próprio trabalho. Isso é conhecido como o mito da substituição, onde se acredita que dividir tarefas entre máquinas e humanos é suficiente. A verdade é que essa abordajem ignora como a automação pode alterar o fluxo de trabalho e criar novos desafios. Tarefas que antes eram simples podem se tornar complexas quando um sistema automatizado falha.

Consequências não intencionais

Um ponto crucial a se considerar é que a automação pode levar a um fenômeno chamado deskilling. Quando os humanos confiam demais na tecnologia, acabam perdendo habilidades essenciais. Isso se torna evidente em situações de crise, quando a automação falha e a equipe não tem a experiência necessária para resolver o problema. Assim, o que era para ser uma ajuda, acaba se tornando um fardo.

Como desenhar sistemas que colaboram

Então, como podemos evitar essas armadilhas? Aqui estão algumas dicas:

Conclusão

Em resumo, a automação pode ser uma aliada poderosa, mas não deve ser vista como uma panaceia. Precisamos entender que, para desenhar sistemas que realmente ajudem, é essencial considerar o papel humano. A tecnologia deve ser uma extensão das nossas habilidades, e não um substituto. Portanto, da próxima vez que você estiver projetando um sistema automatizado, pergunte-se: “Como isso pode realmente ajudar a minha equipe?” Essa reflexão pode fazer toda a diferença.